sexta-feira, 30 de maio de 2008

Dica:O Suspeito-Filme discute a tortura.

Longa-metragem traz Meryl Streep, Reese Witherspoon, Jake Gyllenhaal e Alan Arkin. Dirigido por Gavin Hood.Ao assistir esse filme, fica-se com a ótima impressão que ele foge do estilo pasteurizado americano. O enredo é contado de uma forma muito objetiva, as interpretações estão impecáveis, história real muito bem narrada e não contém exageros nos efeitos especiais. Não há dramatização excessiva e o final arremata, fecha o filme brilhantemente.
Destaque para atuação de Meryl Streep.

Mr. John

A tortura está na moda no cinema. Pelo menos quatro filmes nos últimos tempos retratam interrogatórios em que o inquisidor usa da violência física ou psicológica para obter uma confissão – falsa ou verdadeira, pouco importa. "Tropa de elite", "A vida dos outros", "Sombras de Goya" e agora "O suspeito" ("Rendition", no original), que estréia nesta sexta-feira (11), discutem a prática que, infelizmente, ainda existe nos porões da democracia.
O filme conta com um elenco de primeira: Meryl Streep, que, como sempre, rouba as cenas, Reese Witherspoon, um pouco histérica, Jake Gyllenhaal, no ponto, e um Alan Arkin (o avô de “Pequena Miss Sunshine”) subaproveitado.

Terrorismo
No longa-metragem dirigido por Gavin Hood (mesmo diretor de "Infância roubada"), Anwar El-Ibrahimi (Omar Metwally), um egípcio que mora há décadas nos EUA é preso e, digamos, questionado com muita veemência, sob suspeita de colaborar com um grupo islâmico extremista que acabou de atacar um país africano. No ato terrorista, um norte-americano morre.
Os EUA se sentem atingidos e decidem encontrar os responsáveis de qualquer forma. Como não há tortura no território americano, como diz Corrine Whitman (Streep), uma espécie de Condoleezza Rice, eles levam "o suspeito" para a nação onde ocorreu o ataque.No tal país da África, Douglas Freeman (Gyllenhaal) faz os trabalhos burocráticos da CIA, mas se torna o chefe da agência no local porque seu antecessor é o americano morto no atentado. Douglas assiste aos interrogatórios, mas suspeita que a tortura, além de ser uma prática imoral, não é o modo mais eficiente e confiável para conseguir informações de prisioneiros.

O fim da tortura

O ponto mais interessante é deixar em suspense, durante quase toda a projeção, a eficácia, ou não, da tortura. Será que vale a pena massacrar um terrorista, um traficante, um herege, um reacionário para salvar vidas? O que é mais importante: a segurança nacional ou a integridade física de um inocente – até que se prove o contrário?
Também é interessante ver o maniqueísmo da sociedade americana atual. Um sujeito que se opõe a esses "seqüestros de suspeitos" pode ser considerado um defensor de Bin Laden, como explica um senador no longa.
O filme ainda mostra como os próprios terroristas podem utilizar as torturas sofridas para recrutar novos adeptos. Ou seja, além de ser uma ferramenta insegura no interrogatório, ela promoveria um crescimento dos grupos extremistas. Os americanos podem até não torturar em seu próprio território, como sustentam, mas sofrem, nele ou em qualquer lugar, os efeitos da sua prática.

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